Íntegra da plenária de Ilona Becskeházy |
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O direito à educação foi estabelecido como um direito inerente ao ser humano na Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Desde então, as Nações Unidas e outras agências multilaterais vêm monitorando sua materialização, que alcança velocidade e profundidade muito diferentes em cada país.
Educação é, como todos os direitos humanos, um tema sensível, porque sua implementação com qualidade é cara – nem todas as sociedades acham que vale a pena pagar pela educação com alta qualidade de seus compatriotas – e porque equipa as populações com discernimento cidadão, que pode não ser desejável em contextos autoritários, além de ser um direito extremamente complexo de se definir e materializar.
Os currículos e suas decorrências, como avaliações em larga escala ou individuais, formação docente e elaboração e disponibilização de material educativo, são centrais à garantia dos direitos educacionais de todos os serem humanos que habitam o Planeta Terra.
Ensinar a língua oficial de um país para todos os alunos, no mesmo padrão de qualidade e profundidade, assim como permitir que todos dominem a linguagem matemática, apesar de não serem o único objetivo da educação no sentido amplo, nem o que define de forma plena o direito à educação, já é um desafio hercúleo para a maior parte dos governos do mundo.
O inglês não é a língua oficial da maior parte dos países, mas é a língua franca. Se a Língua Inglesa não for aprendida como língua oficial, deverá ser aprendida como segunda língua.
A formatação de currículos de línguas anglo-saxãs e latinas pode perfeitamente seguir a mesma estrutura e ter os mesmos componentes, o que se pode constatar facilmente pelo estudo comparativo de currículos de países desenvolvidos.
O objetivo desta apresentação é mostrar essa comparação e o que pode-se aprender com ela no Brasil, como ferramenta para se fazer um currículo de língua (nacional ou estrangeira) minimamente estruturado.
Palestrante: Ilona Becskeházy
Mestre em Educação Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, tendo estudado o processo de municipalização do ensino no Estado de São Paulo. É Doutoranda na Faculdade de Educação da USP, na área de Estado, Sociedade e Educação, estudando a rede municipal de educação da cidade de Sobral, no Ceará. Desde 2008, vem estudando com mais detalhe as políticas públicas que exercem mais influência na qualidade da experiência educacional dos alunos das redes públicas, como material estruturado, formação docente e currículo. Analisou em profundidade, sob uma perspectiva comparada nacional e internacional, o currículo de Língua Portuguesa apresentado pelo MEC para a Base Nacional Comum, atualmente em elaboração. Entre 1996 e 2011, dirigiu importantes instituições sem fins lucrativos na área de educação: a Fundação Estudar, que concede bolsas de estudos na graduação e pós-graduação a alunos com alto potencial profissional; o ISMART, que concede bolsas para a educação básica para alunos de baixa renda e alto potencial acadêmico; e a Fundação Lemann que atuava na formação de gestores escolares da rede pública e no estudo de políticas públicas educacionais. Sua experiência anterior é na iniciativa privada.