PESQUISADORES PRINCIPAIS
  • Viviane Stern da Fonseca Kruel, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ)
  • William Milliken, Royal Botanic Gardens, Kew
  • Mark Nesbitt, Royal Botanic Gardens, Kew
QUANDO ACONTECEU 2015 - 2016

Devido ao desmatamento e à falta de políticas públicas adequadas, populações indígenas do noroeste da Amazônia têm corrido o risco de ver sua história e seu conhecimento tradicionais esquecidos. Como tentativa de proteger um passado cultural tão rico, este projeto se associou com o Royal Botanic Gardens de Kew, no Reino Unido, para digitalizar parte da coleção do botânico inglês Richard Spruce.

Ele foi um dos grandes exploradores botânicos da era vitoriana e um dos primeiros europeus a visitar muitos dos lugares, de onde ele colecionava espécimes. Spruce descobriu e deu nome a diversas novas espécies de plantas e se correspondeu com alguns dos mais importantes botânicos do século 19. Ele deixou a Inglaterra em 1849 rumo à América do Sul, e durante seus 15 anos explorando a Amazônia, Spruce coletou uma ampla variedade de plantas (e escreveu relatórios detalhados sobre o uso delas), reuniu artefatos feitos por tribos locais e fez muitos desenhos de pessoas e paisagens. 

Segundo os pesquisadores, ter o material do botânico digitalizado poderia auxiliar as populações indígenas amazônicas a se familiarizarem com seu passado e suas tradições.

A expectativa é que isso ajudaria a melhorar não somente a autoestima das populações indígenas, mas também suas habilidades em preservar sua herança biocultural, o que poderia resultar numa maior proteção a toda Amazônia e suas comunidades.

Principais resultados

O projeto não apenas digitalizou a coleção de Richard Spruce — que inclui também manuscritos, cartas e até instrumentos musicais —, como convidou membros de tribos amazônicas para participar de workshops organizados por pesquisadores brasileiros e britânicos. Mais de 300 itens do acervo de Spruce foram “repatriados” ao Brasil de maneira digital. A história e a relevância da coleção foram compartilhadas com os indígenas durante os workshops, nos quais os representantes das aldeias e etnias também dividiram seu conhecimento sobre seu próprio passado, expandindo consideravelmente o potencial da pesquisa.

Conheça os principais impactos deste estudo e os produtos gerados a partir dele no one-pager disponível para download no final desta página.