Pesquisador brasileiro recebe Prêmio Newton América Latina. Vencedor do prêmio no valor de 1 milhão de reais foi beneficiário do British Council.
Projeto de pesquisa do Centro de Trabalho Indigenista (CTI) em parceria com a University College London que valoriza os saberes dos povos Guarani e procura restaurar a Mata Atlântica recebeu o prêmio concedido pelo governo britânico através do Fundo Newton
O pesquisador brasileiro e Mestre em Antropologia Social, Daniel Calazans Pierri, foi o vitorioso da noite de 13 de novembro, quando foi revelado à comunidade científica presente o vencedor do Prêmio Newton 2018. O seu projeto “ Improving the lives of the Guarani people by saving the Atlantic Forest.” foi realizado em parceria com o pesquisador britânico Marc Brightman, da University College London, e foi beneficiado através do British Council, um dos parceiros do Fundo Newton.
O Comitê Independente do Prêmio Newton, liderado por Sir Venki Ramakrishnan, presidente da Royal Society e Laureado Nobel, analisou os seis projetos finalistas e elegeu o ganhador. Foram no total 56 projetos inscritos que disputaram o prêmio no valor total de 200 mil libras (aproximadamente 1 milhão de reais) para serem aplicados na continuidade da sua pesquisa.
O prêmio foi entregue em cerimônia realizada na Embaixada Britânica, em Brasília, pelo embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan.
“Como parte do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação, o Prêmio Newton visa celebrar e reconhecer a excelência de projetos com grande impacto para o desenvolvimento social e econômico dos países parceiros do Fundo Newton”, explica o embaixador britânico. “É com grande satisfação que premiamos este projeto fascinante, que trouxe um grande impacto para os estudos do conhecimento tradicional e da preservação do meio ambiente”.
Esta é a primeira edição do prêmio para países da América Latina. Além do Brasil, houve edições também no México, na Colômbia e no Chile. O prêmio é um incentivo para cientistas desenvolverem mais parcerias com o Fundo Newton e o Reino Unido para solucionar desafios globais, como a pobreza, mudanças climáticas e saúde pública. O evento serviu também para celebrar os quatro anos de atuação do Fundo Newton no Brasil que já investiu 53 milhões de reais em mais de 500 projetos e pesquisas, desde 2014, nas áreas prioritárias de meio ambiente, biodiversidade, estudos para o desenvolvimento social, estudos nas áreas médica e da saúde. Até o ano de 2021, o Fundo Newton terá investido um total de 75 milhões de libras no Brasil.
A presidente do CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), Professora Maria Zaira Turchi, foi a mestre de cerimônias do evento. Ela fez questão de celebrar a participação de todos os projetos finalistas. “Eu gostaria de parabenizar a todos vocês pelo excepcional trabalho e por proporem soluções aos desafios globais por meio da ciência. Em tempos desafiadores como o qual vivemos, o trabalho de vocês precisa ser valorizado todos os dias, por isso os parabenizo pelos resultados e impacto social gerado a partir das suas colaborações” disse.
Ao receber o prêmio, o pesquisador do projeto vencedor comemorou: “Fico extremamente feliz em receber o Prêmio Newton. É um incentivo para continuar este projeto que trata de uma questão urgente”, comemora. O projeto representado por Daniel Calazans Pierri visa melhorar a vida da população Guarani por meio da preservação da Mata Atlântica. A pesquisa promove o conhecimento e bem-estar indígena e a restauração desse bioma tropical ameaçado. A Mata Atlântica no Brasil é um dos biomas mais ricos do mundo, lar de um grande número de espécies. Ela é fundamental para a sobrevivência física e cultural do povo indígena Guarani e para a qualidade de vida de mais de 70% da população brasileira que depende de seu abastecimento de água.
Premiação no Reino Unido
Em dezembro de 2018, uma recepção no Reino Unido com a presença do ministro britânico das Universidades, Ciência, Pesquisa e Inovação, Sam Gyimah, vai celebrar as colaborações internacionais de ciência e inovação do Reino Unido com os quatro ganhadores dos países participantes da América Latina: Brasil, México, Colômbia e Chile. A cerimônia contará também com a presença dos pesquisadores britânicos e os ganhadores de cada país e do renomado cientista britânico Sir Venki Ramakrishnan, presidente da Royal Society e Laureado Nobel. Ele foi o líder do Comitê do Prêmio Newton, que selecionou os projetos vencedores.
Sobre o Prêmio Newton
O Prêmio Newton reconhece e celebra pesquisas e inovações de excelência que consigam demonstrar uma contribuição ao desenvolvimento social e econômico dos países parceiros do Fundo Newton.
Neste ano, cinco projetos serão contemplados, pelo menos um prêmio para cada país será concedido, no valor máximo de 200 mil libras, aproximadamente 1 milhão de reais, o qual deve ser usado para avançar ou desenvolver trabalhos existentes no Fundo Newton. A lista de inscrições será analisada por um comitê independente, liderado pelo Sir Venkatraman Ramakrishnan, um dos mais ilustres cientistas britânicos, vencedor do Prêmio Nobel e presidente da Royal Society de Londres.
Para saber mais sobre o Prêmio Newton, acesse o site oficial www.newtonfund.ac.uk/newtonprize/
Sobre o Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação 2018-2019
É uma iniciativa liderada pelos governos do Brasil e do Reino Unido. Inicialmente discutido entre o então ministro da Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, em agosto de 2017, em Londres, o Ano foi oficialmente lançado em 27 de março de 2018 em Brasília, numa cerimônia no Ministério da Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
As atividades do Ano ocorrerão entre março de 2018 e abril de 2019, que incluem seminários, exposições, palestras e missões empresariais e acadêmicas em ambos os países.
O projeto tem como objetivo celebrar a excelência da colaboração entre Brasil e Reino Unido nas mais diversas áreas da ciência, servindo também como uma importante plataforma para a formação de novas parcerias. É uma oportunidade para cientistas, empreendedores, bem como empresas brasileiras e britânicas celebrarem o que os resultados alcançados e pensarem em como a aprofundar a colaboração frente aos desafios globais contemporâneos. Em especial, quatro áreas temáticas têm sido contempladas: clima & biodiversidade; agricultura sustentável; saúde & ciências da vida; e energia.