PESQUISADORES PRINCIPAIS
  • Javier Amadeo, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  • Leigh A. Payne Latin American Centre (Centro Latino-Americano)
  • Gabriel Pereira, Universidade de Oxford
  • Francesca Lessa, Universidade de Oxford
  • Laura Bernal-Bermúdez, Universidade de Oxford
QUANDO ACONTECEU 2015

O principal objetivo do estudo era consolidar a recente implementação da antropologia forense no Brasil, que é ainda muito incipiente, ao contrário de nações vizinhas da América Latina, como a Argentina, por exemplo.O projeto focou, então, em 60 assassinatos ocorridos na Baixada Santista em 2006, entre os dias12 e 20 de maio (entre 564 mortes registradas no estado de São Paulo no mesmo período).

Apesar dos depoimentos de muitos familiares das vítimas e de grupos defensores dos direitos humanos, esses 60 assassinatos envolvendo a população civil nunca foram elucidados — e os principais suspeitos (agentes do Estado) não foram condenados. A pesquisa analisou, sob a perspectiva de direitos humanos e antropologia forense, como a violência cometida pelos agentes estatais nos anos 1960 e 1970, durante a ditadura brasileira, se manteve operante, sobretudo em áreas habitadas por afro-brasileiros socialmente desprivilegiados.

Principais resultados

Um dos objetivos foi criar uma série de protocolos que pudesse ajudar o Estado a aprimorar a democracia brasileira, entre eles métodos para identificar pessoas forçadas a desaparecer, análises  de potenciais execuções e sinais de tortura, e discussões sobre elaborações de provas que possam levar violadores de direito humanos à condenação.

Além disso, os pesquisadores desenvolveram uma série de estudos, seminários e ações para fortalecer comunidades frequentemente assediadas, desde o período ditatorial, pela violência dos agentes do Estado, especialmente em localidades periféricas de São Paulo, Rio de Janeiro e Baixada Santista.

Houve também a conclusão de um curso sobre Direitos Humanos, Antropologia Forense e Arqueologia, modelado para disseminar no Brasil o conhecimento internacional sobre esse assunto.

Ademais, a parceria entre o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp e o Latin American Centre (Centro Latino-Americano) da Universidade de Oxford foi fundamental para estreitar ainda mais os laços entre pesquisadores das duas nações.

Conheça os principais impactos deste estudo e os produtos gerados a partir dele no one-pager disponível para download no final desta página.