Na década de 1950, o British Council continuou a oferecer bolsas de estudo para brasileiros e a doar livros, discos e periódicos britânicos para instituições locais. Há também um intenso intercâmbio de conhecimento, com professores do Reino Unido sendo convidados a lecionar em instituições brasileiras, por intermédio do British Council.

Entre 1950 e 1951, o zoólogo britânico Carl Frederick Pantin esteve na Universidade de São Paulo (USP) como professor visitante. O sucesso de suas aulas foi tanto que Pantin foi convidado pela USP a retornar para lecionar novamente em 1952, mesmo ano em que recebeu da universidade o título de doutor honoris causa. A relação entre Pantin e a USP é um exemplo do trabalho de estreitar laços mutuamente benéficos entre Brasil e Reino Unido, promovido pelo British Council no país. 

A década marca também a realização da primeira Bienal de Artes de São Paulo, em 1951, que contou com a participação de 24 artistas britânicos. O apoio do British Council se manteve nas edições seguintes, permitindo a vinda de obras de artistas renomados, como Frances Bacon, Henry Moore e Barbara Hepworth. 

Destaques do período

Veja momentos marcantes do nosso trabalho nos anos 1950.

Visitante observa escultura de Henry Moore na segunda Bienal de Artes de São Paulo, em 1953. Autor desconhecido | Arquivo Wanda Svevo - Fundação Bienal de São Paulo.
Visitante observa escultura de Henry Moore na segunda Bienal de Artes de São Paulo, em 1953.  ©

Autor desconhecido | Arquivo Wanda Svevo - Fundação Bienal de São Paulo.

Sala da Representação Britânica na quinta Bienal de Artes de São Paulo, com obras de Barbara Hepworth e Francis Bacon. Autor desconhecido | Arquivo Histórico Wanda Svevo - Fundação Bienal de São Paulo.
Sala da Representação Britânica na quinta Bienal de Artes de São Paulo, com obras de Barbara Hepworth e Francis Bacon. ©

Autor desconhecido | Arquivo Histórico Wanda Svevo - Fundação Bienal de São Paulo.

1950

Março de 1950

O British Council realiza uma doação de 250 discos musicais para a Biblioteca Demonstrativa Castro Alves, do antigo Instituto Nacional do Livro, e ao compositor Luiz Cosme. 

Junho de 1950

Sir Malcom Sargent, maestro e compositor inglês, visita o Brasil a convite do British Council e da Orquestra Sinfônica Brasileira para reger a orquestra em uma apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 10 de junho de 1950. Foram exibidas peças musicais como a oitava sinfonia de Beethoven. 

1951

Agosto de 1951

Em agosto de 1951, o filósofo britânico Alfred Jules Ayer visita o país a convite do British Council, para a realização de debate e mesa redonda sobre filosofia. 

Outubro a Dezembro de 1951

Inaugurada em 20 de outubro de 1951, a I Bienal de Artes de São Paulo contou com a exibição de obras de 24 artistas britânicos, por meio do apoio do British Council. O material exibido no Brasil foi curado por Sir Herbert Read, um dos co-fundadores do Institute of Contemporary Arts, de Londres. Dois artistas britânicos, Prunella Clough e Robert Adams, ganharam os prêmios de melhor gravura. 

1952

Março de 1952

O médico Dr. Luiz Carvalho Tavares da Silva, na época, diretor da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, traz ao Brasil métodos de cirurgia torácica que aprendeu no Reino Unido, durante seus estudos facilitados por meio de uma bolsa de estudos concedida pelo British Council. 

Agosto de 1952

O cirurgião Russell Claude Brock, Lord Brock, um dos pioneiros em cirurgia cardiovascular, vem ao Brasil a convite do British Council, por três semanas, para participar de conferências e debates. 

Setembro de 1952

Eugênio Gomes, diretor da Biblioteca Nacional, viaja ao Reino Unido a convite do British Council para passar seis semanas em intercâmbio cultural com instituições similares, como os National Archives. 

Novembro de 1952

O poeta inglês Stephen Spender vem ao Brasil em um esforço conjunto entre o British Council, a Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa e o Ministério da Educação. Ele visita as cidades de São Paulo, Santos, Campinas e Piracicaba dando palestras sobre “The Concept of Poetry”. 

1953

Dezembro de 1953 a Fevereiro de 1954

A II Bienal de São Paulo recebe a contribuição britânica por meio do British Council, com a exibição das obras de cinco artistas do Reino Unido: Ceri Richards, Merlyn Evans, Patrick Heron, William Gear e William Scott, além de uma sala inteira dedicada às esculturas de Henry Moore. Ao todo, foram exibidas no Brasil 29 esculturas e 30 desenhos de Henry Moore, que recebeu o prêmio de escultor estrangeiro. 

Herbert Read, um dos co-fundadores do Institute of Contemporary Arts, de Londres, foi novamente o curador da seleção britânica. Ele veio ao Brasil em Janeiro de 1954, para acompanhar a Bienal. 

1954

Setembro de 1954

Por meio de uma iniciativa do Itamaraty, uma série de filmes brasileiros são exibidos em Londres, na sala de projeção do British Council. 

Outubro de 1954

Mais brasileiros continuam viajando ao Reino Unido por meio de bolsas de estudos e para realizar conferências no país. É o caso de Antônio Joaquim de Andrade e Almeida, diretor do Museu do Ouro de Sabará, que viaja para dar conferências sobre assuntos brasileiros, na sede do British Council, em Londres, e Horácio Pacheco, diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). 

1955

Fevereiro de 1955

Uma exibição fotográfica sobre os jardins do Reino Unido é exibida na Biblioteca Nacional, com o apoio do British Council. 

Julho a Outubro de 1955

Em 2 de Julho de 1955 é inaugurada a III Bienal de Arte de São Paulo. A participação britânica é realizada por meio de uma seleção de quadros e pinturas de Graham Sutherland, um dos expoentes da Arte Moderna do país. 

Julho de 1955

O escritor Alan Pryce Jones, editor do suplemento literário do The Times, visita o Brasil, a convite do British Council e da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa, para dar palestras e conferências sobre assuntos relacionados a literatura, como um seminário sobre os trabalhos de Graham Greene. 

Agosto de 1955

Acontece em Londres, no Institute of Contemporary Arts, uma exposição de pinturas e desenhos de crianças brasileiras. A exposição foi realizada em resposta a uma mostra similar, com obras de estudantes britânicos, exibida no Brasil em 1941.  

1956

Em 1956, o intercâmbio cultural fomentado pelo British Council continua a levar pesquisadores brasileiros para o Reino Unido. É o caso do sociólogo Gilberto Freyre, que realiza palestras e conferências em locais como a Universidade de Oxford, a Universidade de Cambridge e a St. Andrews. 

1957

Maio de 1957

Phillip Hendy, diretor da National Gallery, é nomeado o comissário britânico para a realização da IV Bienal de Arte de São Paulo.  

Setembro a Dezembro de 1957

Inaugurada em 22 de setembro de 1957, a IV Bienal de Artes de São Paulo conta com a participação de dez artistas britânicos das mais variadas linguagens de artes visuais, além de uma sala especial dedicada ao pintor inglês Ben Nicholson. Ao todo, mais de 39 telas de Ben Nicholson foram exibidas durante a IV Bienal e o pintor também recebeu o prêmio de pintor internacional.  

Setembro de 1957

Com o apoio do British Council e da Escola Politécnica da USP, é realizada uma exposição sobre as aplicações de isótopos radioativos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo. 

1958

Janeiro de 1958

O Bloco Escola, um dos pavilhões da sede do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é inaugurado com uma exibição de quadros de Ben Nicholson, além de peças de escultores britânicos. A exposição tem o apoio do British Council. 

Agosto de 1958

Com o apoio da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), o British Council recebe inscrições para profissionais da área da saúde que desejam realizar estágios e cursos de aperfeiçoamento em instituições britânicas. 

1959

Março de 1959

Em comemoração ao centenário de publicação de A Origem das Espécies, o British Council inaugura, em parceria com o Museu Nacional, uma exposição sobre a vida e obra de Charles Darwin. A exibição foi inaugurada por Bertha Lutz, que foi a primeira mulher secretária do Museu Nacional e chefe do setor de Botânica. 

Agosto de 1959

O compositor Claudio Santoro visita o Reino Unido a convite do British Council para conhecer instituições britânicas relacionadas ao seu campo de trabalho. 

Setembro a Dezembro de 1959

A V Bienal de Artes de São Paulo acontece com a participação de três artistas britânicos: Barbara Hepworth, escultora, Frances Bacon, pintor, e Stanley William Hayter, gravador. Barbara Hepworth ganhou o grande prêmio da bienal naquele ano. 

Setembro de 1959

Sir George Edward Godber, vice-chefe do Medical Office do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), visita o Brasil a convite do British Council para participar do II Congresso da Associação Médica Brasileira. 

Na década de 1960, o British Council continua a apoiar a Bienal de Arte de São Paulo e passa a ter um importante papel na agenda cultural do Rio de Janeiro, por meio da montagem de peças teatrais de Shakespeare no Teatro Municipal. Acompanhe um resumo da próxima década na história do British Council no Brasil.