Programa foi lançado oficialmente durante a edição do FÓRMULA 1 LENOVO GRANDE PRÊMIO DE SÃO PAULO 2024

"A gente só consegue avançar em inclusão e acessibilidade se todos nós ocuparmos o ambiente STEM de fato. Cada mulher que entra na Fórmula 1 é importante. Cada pessoa negra que chega à comunidade e cada pessoa com deficiência que se destaca pavimenta o caminho para que outras façam o mesmo. Vivemos um momento em que ninguém pode ficar para trás.”

- Lara Souto Santana, professora e especialista em inclusão e acessibilidade

O programa global de educação “Learning Sectors”, desenvolvido pelo British Council com o apoio da Fórmula 1®, busca inspirar jovens ao redor do mundo a se envolverem com Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). O objetivo é incentivar estudantes a aprenderem essas disciplinas na prática, combinando o entusiasmo da Fórmula 1 com a educação escolar. 

A edição brasileira do programa será o “Learning Sectors: Acelerando no Circuito da Aprendizagem”, iniciativa que incluirá uma competição de código voltada a estimular o pensamento computacional e habilidades de programação em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas do Estado de Goiás.

O programa busca também incentivar que as jovens se sintam tão motivadas quanto os jovens, desafiando as barreiras de gênero que as mulheres enfrentam nas carreiras científicas e tecnológicas, começando pela escola.

A iniciativa dá sequência ao sucesso do Codifica+, programa do British Council realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás (SECTI-GO) para reforçar o pensamento computacional e a programação como ferramentas educacionais essenciais na sala de aula. O Codifica+ foi inspirado em uma iniciativa de mesma base realizada pela organização na Colômbia entre 2019 e 2022, que formou 57 lideranças STEM e 19.954 professores de redes públicas de ensino, impactando cerca de 1 milhão de estudantes indiretamente.

STEM e a diversidade de gênero

As áreas de STEM se tornam cada vez mais imprescindíveis para o progresso econômico, social e ambiental de diferentes nações, inclusive o Brasil. Mesmo envolvendo disciplinas fundamentais, as carreiras nessa indústria ainda permanecem relativamente exclusivas para os poucos que conseguem acessá-las, com barreiras significativas em relação à inclusão de minorias e à promoção da diversidade. Essa realidade afeta o desenvolvimento e a aplicação da ciência, tecnologia, engenharia e matemática em benefício do futuro de milhares de crianças e adolescentes pelo País.

Incentivar as jovens a aprender e usar pensamento computacional pode transformar essa realidade desigual. Dados da Unesco mostram que, globalmente, as mulheres representam apenas 30% das estudantes em áreas envolvendo pensamento computacional e 35% das matrículas, com disparidades evidentes em cargos de pesquisa, onde 71% dos pesquisadores universitários são homens. Nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), essa disparidade é ainda mais acentuada: apenas 3% dos prêmios Nobel de Ciências foram concedidos a mulheres. 

Na América Latina e Caribe, as mulheres raramente ultrapassam 40% dos graduados em engenharia, tecnologias de informação e áreas correlatas. No Brasil, 31% das posições em STEM são ocupadas por mulheres, e sua presença em cargos de liderança em ciência e tecnologia varia entre 0% e 2%.

Com a inclusão como tema central do programa “Learning Sectors”, Lara Souto Santana, uma mulher negra e deficiente visual, especialista em inclusão e acessibilidade e professora da Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, expressou o significado de ser acolhida pelo programa, mesmo em um ambiente que ainda vê na melhoria da acessibilidade um de seus grandes desafios.

"Ocupar um espaço de alta tecnologia como esse, sendo uma mulher negra e com deficiência, é algo que quebra barreiras". -Lara Souto Santana, professora e especialista em inclusão e acessibilidade

Workshop de ideação

Foi para impactar essa realidade que o British Council, com o apoio da Fórmula 1, criou o programa “Learning Sectors”, lançado no Brasil durante a edição do FORMULA 1 LENOVO GRANDE PRÊMIO DE SÃO PAULO 2024.

As atividades realizadas na ocasião incluíram um workshop de ideação, liderado por Camila Achutti, CEO da Mastertech e profissional reconhecida pela atuação na promoção da diversidade e da ascensão feminina no setor tecnológico. A dinâmica envolveu professores e estudantes em debates para identificar desafios e soluções inspirados pelo ambiente de alta tecnologia da Fórmula 1.

“A Fórmula 1 é o que há de mais representativo em termos de ciência e tecnologia aplicada. A ideia de trazer os alunos aqui foi criar uma interação onde eles pudessem ver e sentir, na prática, como essas áreas trazem soluções reais para problemas reais que impactam a sociedade. Queremos demonstrar que o STEM é uma porta aberta para todos, especialmente para aqueles que nunca se imaginaram nesse espaço.”

- Camila Achutti, CEO e fundadora da Mastertech

Visita ao circuito de Interlagos

As atividades que marcaram o lançamento do programa “Learning Sectors” também incluíram uma visita guiada aos bastidores do autódromo de Interlagos, onde a comitiva de docentes e estudantes interagiu com profissionais de engenharia da Fórmula 1 e realizou atividades imersivas, como robótica e experimentos científicos.

A equipe da F1, por sua vez, disponibilizou profissionais do paddock para a delegação do British Council. Estudantes, professoras e professores da rede pública de Goiás puderam compreender mais profundamente como as áreas STEM dão vida ao esporte a motor.

Dentro e fora do autódromo, jovens que estudam no ensino médio participaram de atividades imersivas em áreas como programação, robótica e experimentação científica, projetadas para capturar sua imaginação e aproximá-los de oportunidades de carreiras científicas e tecnológicas.

A atividade também evidenciou a relevância do trabalho em equipe, habilidade essencial tanto na Fórmula 1 quanto em carreiras STEM. A experiência no circuito de Interlagos permitiu que as e os estudantes observassem de perto a coreografia do pit stop, onde cada membro da equipe cumpre uma função crucial.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, José Frederico Lyra Netto, celebra o fato de Goiás ter sido um dos poucos lugares do mundo escolhidos para implementar o “Learning Sectors”. Ele avalia que a participação no programa fortalece a posição do Estado no avanço da educação em STEM.

“A convite do British Council, estivemos no GP de São Paulo para iniciar o desenho dessa competição, que veio por conta da parceria que já temos nos nossos laboratórios de robótica. Queremos os goianos ainda mais competitivos no mundo.”

- José Frederico Netto, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás

“O Learning Sectors é uma experiência da qual todas as educadoras, educadores e estudantes deveriam participar. Associar acessibilidade, comunicação e inclusão ao STEM é importante, pois permite que o professor atue como um facilitador na sala de aula.”

- Maila Souza, professora da Escola do Futuro de Goiás

“O programa nos permite atuar de forma mais dinâmica em apoio ao que jovens estudantes vivenciam diariamente nas escolas em tecnologia, engenharia, ciências e matemática. Nós, professoras e professores, levaremos para o futuro esses novos conhecimentos que enriquecem o nosso currículo de uma maneira acessível e gratuita.”

- Gessiene Santos, professora do CEPMG

“É incrível que uma adolescente de 16 anos tenha a oportunidade de vivenciar a Fórmula 1. É uma chance única, que pode ser usada como porta de entrada para o mundo da ciência e tecnologia.”

 

- Ana Karine Costa Alves, estudante da CES Ipiranga

Próxima etapa: desafio de código 

Foi dada a largada. No Brasil, o “Learning Sectors” envolve um desafio de código concebido para estimular o pensamento computacional para a solução de problemas reais de sustentabilidade e acessibilidade junto a estudantes do ensino médio de escolas públicas de Goiás. Ao longo de 2025, o programa buscará impactar mais de 6.000 estudantes e 500 professores da rede pública do Estado. 

Esse desafio representa a contribuição do Brasil para o programa global “Learning Sectors” realizado pelo British Council com o apoio da Fórmula 1, e que também incluirá várias atividades em três outros países: Reino Unido, Índia e África do Sul, alcançando um total de 700 instituições de ensino no mundo todo.

“O sucesso do programa “Learning Sectors” não é medido apenas pelas habilidades técnicas adquiridas, mas também pela transformação cultural que promove, construindo uma base sólida para uma educação STEM inclusiva, responsável e inspiradora para as futuras gerações.”

- Diana Daste, Diretora de Engajamento Cultural do British Council no Brasil